17 de fevereiro de 2020

Racismo em direto na TV portuguesa

Marega
Jogo em transmitido em directo na televisão portuguesa. Primeira Liga de futebol profissional.
Jogador de origem africana de uma das equipas é insultado pela cor da sua pele. Mais do mesmo. Acontece tantas e tantas vezes nos estádios de futebol.
O inesperado acontece quando o jogador decide abandonar o campo. Foram infrutíferas as tentativas dos colegas de equipa para o demover. Assim como não tiveram efeito os esforços dos adversários, nem do árbitro. O jogador abandona mesmo o campo, por ser vitima de insultos racistas, num evento público, transmitido em directo na televisão portuguesa.
Um exagero, dizem alguns. Um grito de revolta, defendem outros. A verdade é que os insultos racistas em público não podem ser tolerados na rua, nem num estádio de futebol. Constituem crime, são espelho de intolerância.
Temos uma constituição que impede que os cidadãos sejam descriminados por género, cor de pele, orientação sexual, religião. Todos têm oficialmente os mesmos direitos. Na prática todos sabemos que nem sempre é bem assim. E fechamos os olhos, encolhemos os ombros e continuamos coniventes com estas práticas.

O que este jogador teve a coragem de fazer foi dar uma bofetada de luva branca na sociedade portuguesa. Chamar a atenção para uma pratica comum que é criminosa. Ninguém pode ignorar o que aconteceu. Foi transmitido na televisão nacional. Teve eco na imprensa internacional.

Os mais elevados cargos políticos portugueses já manifestaram publicamente o seu repúdio pelo sucedido. Tanto Presidente da República como Primeiro Ministro rejeitaram publicamente esta prática. Vamos aguardar o que as autoridades civis e desportivas irão fazer perante a situação. Outros países já tiveram de lidar com práticas mais graves nos recintos desportivos, como foi o caso do Reino Unido. Adotaram leis e ações que evitam que situações de holiganismo se repitam. Vamos ver como Portugal responde ao sucedido.

O debate está lançado.


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