4 de agosto de 2017

Agora estamos bem, depois não sabemos...



O dia foi muito agitado.
Com muitas emoções.

Começou com a calma e tranquilidade de um dia de férias sem obrigações.

Quem disse que não há praias desertas no Algarve?

Acordar relativamente tarde, conforme os miúdos permitiram, tomar um bom pequeno almoço e finalizar os preparativos para a praia.

Colocar as sandes de humburguer preparadas de véspera na geleira, assim como água, sumos e fruta. Reunir a matilha e sair com miúdos e cão para o carro que nos leva até à praia.

Deixar família junto ao passadiço da lagoa, encontrar estacionamento e deixar o carro à espera do nosso regresso.

Passar a lagoa para a Praia Grande. Extensão de areia não vigiada, onde nos permitimos levar o mais recente membro desta família para o segundo dia de praia.

Tommy, arraçado de labrador, adotado há duas semanas, já se porta com um cachorro bem educado. Passeia ao nosso lado sem puxar a trela e guarda as suas aflições para os passeios fora de casa. Adaptou-se a nós, e nós a ele, como se sempre aqui tivesse estado. Como se sempre tivesse pertencido nas nossas rotinas.

Adora as crianças que são incansáveis com ele. Mostra uma predileção pela mais velha, que não o larga por um minuto. Na verdade, nem ele a ela.

Ontem, a miúda não podia sair da beira mar para ir buscar comida, que ele não a seguisse com o olhar, as orelhas e o corpo preparado para largar a correr para ela. Apenas a trela na minha mão o impedia, ao que respondia com um choro de cachorro, só ultrapassado com o regresso da sua preferida.

Hoje farejou todo o caminho. Todas as ervas e rastos de animais. Cada um com a sua toalha, eu com a comida para todos e ela com o Tommy pela trela.

Conquistamos o areal. Assentámos poiso na zona híbrida e fresca da areia húmida da maré da véspera.

Rapazes correm para a beira mar onde iniciam as suas construções civis. Piscinas, muros e pontes. Grandes construções em areia efémera que os absorvem durante horas, nestes dias infindáveis de praia só oferecidos pelas férias grandes.

Passado um bocado vi-me dentro de uma ambulância a caminho do hospital.

Por vezes estamos tão bem, que nem nos passa pela cabeça que tudo possa mudar de um momento para o outro.

Agora podemos estar bem, mas nunca sabemos o que a próxima hora nos reserva.


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