8 de fevereiro de 2013

Foi bom mas acabou-se

Já vos tinha contado como agarro as oportunidades. Como aproveito o que a vida me dá, mesmo que pareça pequeno. O meu trabalho temporário em part-timeacabou. Estive a substituir um professor que já regressou. Foi pouco porque apenas trabalhei duas horas por dia, o que no fim do mês não rendeu nem um ordenado mínimo nacional. Muito curto para alguém viver, muito menos uma família com 3 filhos. Mas foi melhor que nada. Melhor que estar em casa, a trabalhar é certo, mas de graça. O trabalho de cuidar de uma família não é pago, nem reconhecido. Por isso é bom trabalhar fora e ganhar algum dinheiro, mesmo que pouco. Faz-nos sentir mais úteis. Úteis à sociedade e à economia doméstica.

Agora voltei a ser apenas a sopeira da casa, sem ofensa para as outras mães de família e donas de casa. Habituada a trabalhar fora, a ter uma carreira e um belo ordenado, não consigo sentir-me de outra maneira. Tento valorizar o tempo que passo com os meus filhos. Mas não consigo deixar de me sentir desaproveitada. Já dei tanto a tantas empresas. Já paguei tanto de segurança social e de IRS e agora não contribuo para o PIB nacional, não pago impostos sobre o rendimento, por não ter rendimento.

É nestes exemplos que se vê o que Portugal está a desperdiçar. Tantos licenciados com experiência que poderiam estar a contribuir para o nosso país e estão assim, desperdiçados. E quando isto acontece em duplicado no casal deixa de ser ridículo para passar a ser dramático.
Há que ter esperança e continuar a lutar. Acreditar que melhores dias virão, para nós e para todos os outros.

8 comentários:

  1. Nade de desanimo, não quero isso, força muita força. sei que não é fácil, mas não diga que é sopeira, é mãe e dona de casa e em breve será tudo isso e mais o exercicio da sua profissão..
    Beijinhossss

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  2. Já somos duas!!! De vez em quando ainda me surgem uns freelancers, mas quem trabalhava 10 horas por dia num ritmo alucinante sente a falta dessa adrenalina! Bjs e boa sorte

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  3. Eu então, se não fosse o fato de o dinheiro de facto nos fazer falta, não me importava mesmo nada em ser sopeira para o resto da minha vida. Não me parece mesmo que possa trazer algo mais válido a uma empresa com o meu trabalho do que aquilo que trago á minha familia e ao nosso lar com o meu trabalho de dona de casa - é uma questão de capacidades, tenho-as para ser o que sou hoje em dia, não como funcionária de uma empresa. O mal é mesmo o dinheiro, eheheh, se não fosse por ele não voltaria a trabalhar fora de casa.

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  4. Também me sinto assim! :( Desde que estou desempregada que a minha companhia é a esfregona e as panelas e odeio sentir-me assim inútil. Como dizes o trabalho que se faz em casa também é trabalho, mas falta-me sair de casa, ver pessoas, fazer coisas realmente úteis...
    Melhores dias virão para nós, vamos ter fé.

    le-laissez-faire.blogspot.pt

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  5. E virão Paula. Melhores dias virão.

    Um beijinho e força!

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  6. Sei bem como é esta situação,não sou dona de casa,não tenho filhos mas ganho o ordenado nacional que é nada por aqui então fico sambando e priorizando o que é mais importante comer,beber e dormir não tem ferias,viagens me sinto um nada,e cada dia parece que fica mais dificel.Sorte
    Bjsss

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  7. não desanimes. vais ver que conseguirás um trabalho mesmo à tua medida, apesar do que se passa à nossa volta!
    e cuidar da familia dá uma trabalheira, descomunal e deveria ser remunerado! é pena que neste país não haja uma real preocupação com a familia, seu planeamento e cuidado.
    aliás assistimos e vamos assistir a um recuo de décadas neste particular, mas isso é para outros posts!
    força!
    beijinhos!

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  8. Eu sinto-me completamente inútil. E se gosto da vida da casa! Mas não consigo tirar prazer de estar o dia todo em casa! Acho até que me tornei numa péssima dona de casa. O lado positivo da situação é sentir-me mais próxima dos meus filhos.
    Mas uma mulher de 37 anos, com experiência profissional, com filhos grandinhos, com vontade de trabalhar e contribuir para a riqueza do país, ter que ficar sem fazer nada; receber do estado uma miséria ( dum estado em agonia). põe-me louca!!!!

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Digam de vossa justiça!

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