2 de janeiro de 2012

Mínimo Absoluto de Nascimentos em 2011




De acordo com a APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas), Em 2011, foram adoptadas diversas medidas que prejudicam especialmente as famílias com filhos a cargo e foi também atingido um mínimo absoluto de nascimentos em Portugal. Em 2012 faz 30 anos sobre o último ano em que houve renovação de gerações neste país. E agora? O que se segue? A APFN nunca se cansará de alertar para o facto de que esta situação é perfeitamente reversível.

Sem qualquer surpresa para a APFN, tudo indica que, em 2011, se terá obtido um novo mínimo absoluto de nascimentos em Portugal, fazendo com que estejamos a caminho de ultrapassar a Bósnia como o país do mundo com menor índice sintético de fecundidade (número de nascimentos por mulher em idade fértil).

Isto é resultado da forte política anti-natalista a que Portugal tem vindo a ser submetido, fortemente agravada nas duas últimas legislaturas e reforçadas pelo actual governo.

Recordemos o verdadeiro desastre que foi este ano de 2011:

1 – Começou, ainda com o anterior governo, na desvalorização em 50% da contabilização dos dependentes no cálculo dos escalões do abono de família (cada filho passou a valer apenas por meia pessoa), o que fez com que as famílias fossem artificialmente “enriquecidas”, tendo a maior parte subido em um escalão e, muitas delas (as com maior número de filhos), subido em dois escalões;

2 – Redução nos valores do abono de família e eliminação de alguns dos escalões;

3 – Já com o actual governo, nenhuma das medidas anti-natalistas herdadas das anteriores legislaturas foi alterada ou revogada, ou seja, foram todas por ele confirmadas;

4 – Aumento brutal dos transportes públicos, não considerando o número de filhos na atribuição do “Passe Social +”;

5 – Eliminação da comparticipação nos passes dos transportes públicos para crianças e jovens;

6 – Aumento brutal do IVA na factura da EDP, um bem de primeira necessidade, e também aumento do preço base da electricidade;

7 – Brutal redução nas deduções ao IRS de despesas de educação e saúde com as crianças e os jovens a poderem deduzir, cada uma, apenas 10% do valor deduzido pelos adultos;

8 – Aumento, nalguns casos muito significativo, do IMI, continuando a não ser tido em conta a dimensão da família versus dimensão da casa (número de metros quadrados per capita);

9 – Aumento das taxas moderadoras no SNS sem entrar em linha de conta com o número de dependentes para o cálculo das famílias isentas.

Como se poderá constatar, os governos anteriores e o actual contribuíram, não só para que se atingisse este mínimo absoluto, como para que se tenha mantido a trajectória descendente do Índice Sintético de Fecundidade.

A APFN nunca se cansará de alertar para o facto de que esta situação é perfeitamente reversível, assim haja vontade política, que não tem havido. A razão é só uma: as famílias desejam ter bem mais filhos do que aqueles que estão a ter.

Basta, por exemplo, consultar-se os Relatórios de Sustentabilidade da Segurança Social que anexam os Orçamentos de Estado dos últimos anos para se verificar que, caso os números não tivessem continuado a descer, as reformas não teriam que baixar tão rápida e drasticamente.

Em 2012, “celebram-se” 30 anos sobre 1982, o último ano em que Portugal teve o necessário Índice Sintético de Fecundidade de 2.1. Nestas três dezenas de anos, este Índice não tem deixado de mergulhar.

Ao entrarmos em 2012, a APFN pergunta ao Primeiro-Ministro:

Como é? Vai continuar a fazer de conta que o número de nascimentos vai aumentar e, ao mesmo tempo, continuar a fazer recair sobre as famílias com filhos, de forma totalmente desproporcionada as indispensáveis medidas de austeridade ou, pelo contrário, adoptar políticas que tenham algo a ver com o anunciado no programa eleitoral, ao abrigo do qual foi eleito, e a ver com o seu programa de governo?

A APFN espera que este trigésimo aniversário seja adoptado pelo governo como o ano da indispensável mudança (já que o ano anterior não foi).

1 comentário:

  1. Pois é, este e outros governos parece que tudo fazem para que as familias tenham cada vez menos filhos. Eu tenho um, mas até aos 35 anos sempre disse que não ia ter nenhum pois não há condições. Agora tenho pena que este seja filho único, mas não dá para ter mais nenhum, e como eu estarão milhares de mulheres... é triste.

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Digam de vossa justiça!

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