O ideal de beleza feminina está a mudar? pergunta o João Miguel Tavares do blog Pais de Quatro.
Também nem 8 nem 80!
Nem escanzeladas, nem obesas...
Não podemos ficar no meio-termo?
Este foi o meu comentário sobre o seu post.
Passo a explicar. Fui uma criança de peso normal até aos 16 anos, altura em que engordei a olhos vistos. Tentava emagrecer mas por falta de informação, privava-me de comida todo o dia e à noite assaltava o frigorífico. Resultado: ficava cada vez mais gorda...
Ouvi comentários de crianças, que não mentem, em que me chamavam gorda.
Não imaginam o quanto este adjectivo me magoou! Eu bem tentava emagrecer, sem qualquer sucesso.
Mais tarde, comecei a praticar exercício físico e fui perdendo o peso a mais, muito gradualmente. Tão gradualmente que a minha auto-imagem se manteve como "a gorda" durante muitos anos.
Já não era gorda mas era uma mulher com curvas. Tive a minha primeira filha e engordei o que devia, cerca de 9 kg. A miúda nasceu, pesava 2,5 Kg e eu fiquei com os restantes quilos todos. Comecei a perder o peso muito devagarinho... Tão devagarinho que pensei que ia demorar uns 10 anos a voltar ao peso anterior à gravidez.
Nessa altura encontrei um prima que também tinha sido uma mulher cheia, muito mais
magra do que alguma vez tinha sido. Perguntei-lhe o que tinha feito para ficar assim tão bem. Disse-me que tinha ido a um médico que lhe tinha ensinado a comer melhor.
Perguntei-lhe se não passava fome. Disse-me que antes pelo contrário, era obrigada a comer a cada duas horas.
Estava decidido. Assim que me sentisse melhor fisicamente, com o sonos mais em dia, iria consultar-me com esse médico.
Foi importante esse tempo de preparação. Só iria à consulta quando estivesse em condições de cumprir tudo à risca. Não concebo ir a um médico ou a um nutricionista e depois não fazer o que nos indicam. Ou é para ter resultados, ou não vale nem o esforço (e o custo).
Se faço é para ter resultados! Lá fui à consulta. Lá levei com todas as explicações e fui para casa iniciar a nova forma de comer mais saudável. Demorei mais duas consultas a perceber tudo. Mas o peso começou a ceder desde a primeira semana. E sempre sem fome. Eu não suporto passar fome. Recuso-me. Fico com dores de cabeça se não como o suficiente.
Fiquei magra. No limite inferior do Índice de Massa Corporal (IMC) saudável. Adorei. Nunca tinha sido magra na minha vida. Tive mais dois filhos. Engordei nas gravidezes e voltei ao normal sozinha. Já nem precisei de voltar às consultas.
Entretanto decidi que ficava melhor com mais 2 kg do que o limite inferior do IMC saudável. Continuei a fazer desporto. Sempre! Hoje tenho exatamente o peso que quero, nem escanzelada nem obesa. Estou no meio termo. Voltei a ter curvas, pois gosto de ver mulheres com curvas. E o mais importante: é que me sinto muitíssimo bem assim!
O ideal de beleza feminina está nos olhos de quem vê e o ideal será cada uma ser feliz a sua maneira e com o corpo que tem.
ResponderEliminarNem mais Márcia!
EliminarDurante anos fui magra, cheia de complexos e sempre a tentar engordara, apenas muitos anos depois e com a vinda da idade (35) é que ganhei uns quilitos. Sinto-me bem assim. Isso é o importante...sentirmo-nos bem sejamos gordas, magras ou assim assim. Infelizmente a opinião publica e que dita as modas por vezes tornam num infernos a vida de quem quer seguir essas modas. Durante anos avia algo nomeu corpo que odiava e que agora dizem ser moda. Refiro-me às pernas (entre coxas) estarem separadas muitos centímetros. Isso é moda bonita? Para mim não, mas se há quem goste e que gaste dinheiro em operações plásticas para retirarem carne para ficar o tal vão., desde que fiquem felizes...
ResponderEliminarA pressão para as magrinhas engordarem é tão má como a pressão para as gordinhas emagrecerem. Ninguém deveria ser alvo de pressões desse tipo. Cada um deve ser aceite como é!
Eliminar:) Paula, que testemunho bonito e inspirador!!!! Não li o post do João Miguel Tavares, nem conheço ainda esse blog, mas a vida de mulher aos 40 transmite exatamente aquilo que é preciso - a força de vontade em ação, a concretização desse objetivo de vida e o gostar da auto-imagem que agora vê ao espelho! Aplausos Aplausos Aplausos! Independentemente de qualquer palavra, o importante é que gostemos de quem somos, por dentro e por fora! :) Continue a ser ....ins...pi...ra...do...ra! :)
ResponderEliminarObrigada Maria pelas suas palavras de apreço.
EliminarCada uma deve encontrar o seu caminho certo, eu vou partilhando o meu na esperança de ajudar outras a encontrarem também o seu!
Obrigada por estar por aqui e por partilhar os seus comentários!
Obrigada!