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25 de dezembro de 2014
Natal a sós
No meio da azáfama do Natal, entre conversas animadas e gritos de crianças, penso naqueles que passam o Natal a sós.
Nem todos têm um Natal como o nosso. A festa da família! Como fazem os que não têm família?
Há quem já não tenha pai nem mãe, não tenha avós nem tios.
Há os que imigram e estão sozinhos num país estranho. Há pessoas sós. A quem esta quadra aguça a dor, a quem a festa da família mais realça a ausência da sua.
Neste dia o meu pensamento está também com quem passa o Natal só.
Vejo tantos filhos únicos serem hoje o alvo de atenções da toda a família. Fico a pensar que vida terá enquanto adulto, já sem pais nem avós que o mimem.
Que filhos terá? Possivelmente um ou mesmo nenhum. Tendemos a repetir o que vivemos. Se nos ensinam que a vida não está para ter mais que um, interiorizamos essa verdade. Teremos apenas um. Com alguma sorte conseguirá um emprego fora e imigrará. Que será do Natal desse pai ou dessa mãe que tudo investiram num único filho e depois se vêem sós?
Ninguém está preparado para a solidão, apesar de a construirmos nós mesmos. Em cada separação, zanga familiar, mais rapidamente caminhamos para ficarmos sozinhos. Poucos de nós nascem sem muita gente à volta, mas a maioria vive os seus últimos anos muito só.
Não deveríamos cultivar mais as amizades? Não poderíamos tornar os laços mais fortes? Criar uma família maior? Mais unida?
Começo por mim, recordo quantas amizades saíram da minha vida. Por merdices que não têm importância nenhuma, mas da qual fizemos um cavalo de batalha. Olho para mim e vejo que não tenho feito o suficiente para não acabar os meus dias a sós.
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