Cristina Espírito Santo gosta de brincar aos pobrezinhos. Eu não tenho nada contra, podia brincar até aos sem abrigo, para mim seria igual.
É pena é que alguém tão rica, que teve acesso às melhores escolas, às melhores universidades, à arte e à cultura,
não seja bem educada. Alguém deveria ter-lhe ensinado que não se diz tudo o que vem à cabeça. Sobretudo de forem saídas ocas e que possam ofender alguém.
Uma geração constrói uma fortuna, tenta educar os filhos da melhor forma possível e as gerações futuras vivem apenas para gastar o dinheiro, com nojo dos mais pobres. Uma geração cria e outra destrói.
Nos anos 30 e 40, o Presidente do Conselho de Administração do Banco Espírito Santo,
Ricardo Espírito Santo Silva, ensinava os seus sobrinhos (só tivera filhas) a aprender tudo sobre o negócio da família. Ensina-os a começar por baixo. O meu querido avô trabalhou no Banco Espírito Santo. Foi um dos pobrezinhos que começou por baixo. Começou como paquete aos 14 anos. Anos mais tarde chegou a director de balcão. Contava-me histórias, em como o dr. Ricardo e o dr. Manuel, por quem tinha uma enorme admiração, punham os seus filhos e sobrinhos ao lado do meu avô e de outros colaboradores, a aprender tudo sobre o banco.
Mais tarde, com o 25 de Abril, o banco foi nacionalizado, os directores saneados. O meu avô passou horrores. Teve medo mas, talvez graças ao respeito das equipas que liderava, não chegou a ser saneado. No entanto, os seus problemas de coração agravaram-se e acabou por ter de se reformar.
Cristina de Castelo-Branco Espírito Santo Silva Toscano Rico, filha de
Jorge e
Kiki Espírito Santo, pede agora
desculpa à família. Bem o pode fazer, pois não reflete em nada os valores desta família. Pode ter a certeza que o seu tio-avô
Ricardo Espírito Santo Silva e o seu avô
Manuel Espírito Santo Silva, pudessem saber o que se está a passar, davam uma volta no túmulo e assentavam-lhe um bom açoite no traseiro mordido pelos
mosquitos da
Comporta!