Gosto sempre de receber os jornais gratuitos matinais que muito resumidamente nos dão uma série de noticias que nos permitem ficar mais ou menos informados do que se está a passar em Portugal e no mundo.
Hoje, abri o jornal e pumbas! Lá estava ela! Uma entrevista à Sónia Morais Santos, a propósito do lançamento do seu novo livro A Culpa não é Sempre da Mãe. E recomendo, como a melhor prenda para o Dia da Mãe do ano!
Sónia Morais Santos |
"Com o Dia da Mãe à porta, fomos perceber se A Culpa Não é Sempre da Mãe. Conheça um livro (sobretudo) para mães, escrito por uma mãe - com o input de psicólogos e psiquiatras. Além dos três filhos, Sónia Morais Santos é jornalista e autora do blog Cocó na Fralda... e também sente culpa.
Todo o livro gira à volta da culpa. Vamos desmistificá-la?
O que falo no livro é o lado mau da culpa, e em como devemos tirar o peso dos nossos ombros. Mas a culpa tem um lado bom, porque permite-nos nuns dias sermos menos boas e no dia seguinte tentarmos compor-nos. O excesso de culpa é prejudicial, mas a culpa é o que nos faz perceber que não estamos a agir da melhor forma e faz corrigir. Outras vezes não, o que nos faz sentir ainda mais culpa!
Como conseguimos afastar esse sentimento de culpa má?
Basicamente, é relativizando e percebendo que não estamos sozinhas. Um dos intuitos do livro foi deixar testemunhos que mostram às mães que sentimos as mesmas coisas, que falhamos e não somos perfeitas. Por outro lado, é perceber que não podemos exigir essa perfeição. Temos de ter corpos fantásticos, ser bonitas, ter carreiras de sucesso, ser ótimas mães, ser ótimas amantes, ser estupidamente sociáveis. Somos realmente uma espécie de canivetes suiços, mas não conseguimos fazer isto tudo ao mesmo tempo, 24 horas por dia - o que nos frusta, porque queríamos. Há que perceber que não se pode ser perfeito o tempo todo.
Há o sentimento que se não se falhar como mãe, é porque se está a falhar sempre em qualquer coisa.
Há sempre algo que está a falhar. Isso não deixa de ser verdade, mas não faz mal! Porque não há mulheres perfeitas! Somos um bocadinho supermulheres, mas não somos a supermulher!
Porque sentiu necessidade de partilhar as suas histórias?
O livro não tem a pretensão de ser um tratado científico. Pretendia ser um livro descontraído, numas partes divertido, noutras sério, com opinião dos especialistas à mistura. Envolver-me no livro e explicar que também sinto culpa era permitir que as pessoas percebessem que não estou acima delas, pelo contrário.
Ainda sente culpa?
Culpabilizo-me imenso! O livro também me ajudou a perceber de onde vem a culpa tão enraizada na nossa cultura. Muita culpa tem a ver com a psicanálise, que definia boas mães, más mães, mães que provocavam esquizofrenia nos filhos... e isto vai deixando veneno. Quando sinto essa culpa, tento rir-me e pensar que amanhã vai ser melhor.
Se há culpa e não é sempre da mãe, de quem é? Podia ser dos pais...
A culpa é muitas vezes do pai, muitas vezes da mãe e muitas vezes não é de ninguém. O problema é o sentimento de culpa, e as mães sentem-no muito mais do que os pais.
A Culpa não é sempre da mãe |
Ser Boa Mãe
- Dar educação, carinho e alimento.
- Estar lá, como um porto de abrigo, um colo para onde se corre - tanto em criança, como em adulto. Saber que há sempre um abraço.
- Saber dizer não, nos momentos certos.
- Ter tempo de qualidade
- Deixá-los sonhar e dar-lhes oportunidades para se realizarem."
Por Filipa Estrela, in Destak.
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