Chegar a casa gelada depois de um noite de velório em Agosto.
O frio era outonal. O vento soprava cortante. Tenho de admitir que tive de vestir pijama de calças e manga comprida e ainda calçar umas meias, para conseguir adormecer.
Frio com constatações sobre a efemeridade da vida não combinam, ou então até combinam demasiado!
Sempre achamos que as pessoas que sempre cá estiveram, que já cá estavam quando nascemos, que nos viram crescer vão cá estar para sempre. Um dia percebemos que não. Constatamos que tudo tem um fim, até nós.
São estes momentos que me ensinam a viver intensamente o presente. A aproveitar e a ser grata pelo que tenho. Pois um dia, não mais estarei por cá e o que levarei serão as minhas vivências. Tudo o que for material fica, não faz parte de nós.
Também foi um serão com alegrias. Como sempre nestes momento encontramos quem não vemos há décadas. Neste caso, para mais de 25 anos! Quem me viu crescer e que agora encontro com cabeleiras brancas, ou mesmo já sem fio de cabelo! Nalguns casos o reconhecimento é difícil.
- Só percebi quem eras quando te vi ao lado do teu pai!
E nestes momentos voltamos a ser a filha de.
Com constatações sobre a vida e com o fim que um dia nos baterá à porta, terminamos o dia ainda com mais vontade de aproveitar a vida!
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