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Isolamento social em casa |
Hoje saí à rua.
Fui ao
supermercado comprar os frescos que se vão gastando.
Carne, iogurtes, fruta. Pouca coisa. Assim pretendo continuar a fazer. Enquanto for possível.
Não compro grandes quantidades.Vou comprando o que preciso. Escolho as horas de menor afluência. Hoje fui à hora de almoço.
Estavam poucas pessoas no supermercado de bairro. Ainda encontrei conhecidos. Os pais dos colegas dos meus filhos fizeram o mesmo que eu. Ficamos a conversar sobre os filhos, ... e a atual situação. Todos à distância de 2m. Muito estranho!
Segui a minha lista. E verifiquei muitos produtos em falta nas prateleiras: lexivia, álcool, papel higiénico, nem vê-los. Felizmente não precisava de comprá-los.
O mais difícil foi não tocar na cara. Tomei consciência das centenas de vezes que preciso mexer nos olhos, coçar o nariz e levar as mãos à cara. Um tormento. Foi a coisa mais complicada. Cheguei a casa, pousei as compras e fui direita à casa de banho. Lavei as mãos até aos cotovelos. Lavei a cara, depois de ter consciência das vezes em que lhe toquei, enquanto estava na rua.
Parece pouco o que nos pedem, ficar em casa. E é pouco, comparado com o que foi pedido aos nossos país e avós - ir para a guerra. Mas para nós, seres do mundo do século XXI, habituados a ter tudo o que queremos na palma da nossa mão, é muito.
É difícil não tomar o pequeno almoço fora. Complicado privarmo-nos da nossa bica no
café do costume. E cancelar os jantares de amigos? E o
brunch que estávamos a organizar com os amigos, não é Sónia? E o
aniversário do meu filho do meio, na próxima semana?
A verdade, é que a
vida como a conhecíamos se desmoronou por entre os nossos dedos. Temos de voltar a encontrar-nos no meio deste caos. Temos de rever as nossas prioridades. Resguardar a nossa
saúde e a dos que nos estão próximos. Ter comida suficiente em casa. Sair o mínimo possível.
A partir daqui, construir novas rotinas diárias. Para nós, para os nossos filhos.
Como estão a conseguir adaptar-se ao
isolamento social?