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24 de novembro de 2012

Sábado 8h50

Sábado 8h50.
A chuva cai miudinha. Eu procuro um lugar para estacionar na zona antiga da cidade. Passo o Príncipe Real, desço a Rua do Século. Aqui já terei mesmo de arranjar um lugar. Está tudo cheio. Nada e nada ainda. Por fim encontro um espaço. Não é bem um lugar de estacionamento. Com a boa vontade e desenrascanso que herdei dos genes portugueses, transformo aquele pequeno espaço num local para estacionar. Saio e verifico o resultado. Não deixei muito espaço para passagem… Ainda consigo subir o passeio 20 cm e aumentar o espaço para os outros veículos circularem. Volto a entrar e posiciono melhor o carro. Já só nos falta subir tudo a pé até à Rua dos Caetanos, para a Escola de Música do Conservatório Nacional. A subida é grande e íngreme  A miúda a carregar o seu violino já não pode mais. Tenta entrar na primeira porta que encontra aberta, mas é a da Escola de Dança do Conservatório Nacional. “A escola de música fica um pouco mais acima esta é a de dança”, avisa o porteiro. Lá subimos as ruas íngremes do Bairro Alto, onde nem ao sábado de manhã há um pequeno espaço para estacionar.

A Escola de Música do Conservatório Nacional com 175 anos de existência, funciona num antigo edifício do Bairro Alto.
O soalho de madeira range a cada passo, as escadas de madeira sobem majestosas até ao átrio que nos dá acesso a belos salões de tectos trabalhados, tapeçarias e belos instrumentos. Vejo pianos e arpas antigos, os instrumentos que os alunos não transportam consigo. Por todo os lado se vêem caixas com flautas, trompetes, violinos, violetas, violas e violoncelos, os instrumentos que os alunos levam sempre consigo.

A miúda vai para a aula de compensação. Apesar de ser aluna num dos pólos do conservatório, a aula de compensação calhou ser a um sábado na sede da escola, no Bairro Alto.

Encontro uma sala de estar, ou de espera, ou de estudo e ligo o computador.
Já que sina de mãe é esperar, eu espero. Mas tento aproveitar estes momentos para escrever, ler, ou fazer outra coisa útil.
A chuva cai lá fora. Cá dentro ouve-se música vinda de várias salas. Os passos ecoam no soalho de madeira. Sinto-me noutro mundo. Um regresso a um passado muito longínquo, quem sabe se a outra vida.
É engraçado como o sons nos despertam memórias, sensações que julgávamos esquecidas.

1 comentário:

Digam de vossa justiça!