Sábado 7h da manhã

Sábado 7h da manhã. Ainda está escuro.
O dia prevê-se chuvoso e ainda não consigo vislumbrar os primeiros raios de luz pelas frinchas dos estores.
O mais novo, com a energia dos seus 4 anos, já está na nossa cama. Canta, canta, conta as suas coisas, faz perguntas e pede-me: - “Vamos para a sala”. Vai tu que a mamã ainda quer dormir, respondo sem ainda abrir os olhos. - ”Vamos para a sala”. Não vês que ainda é de noite?  -  “Vamos para a sala!” e é assim. Parece um disco riscado. – “Vamos para a sala”. Vai tu ver os bonecos. – “Mas eu quero ir para a sala CONTIGO!” E assim, me arrasto para fora da cama. Ele levanta-se e estende os braços na minha direcção. “Colo”. E aninha-se no meu colo, como se fosse uma lapa. Como se fosse um koala abraçado à sua árvore. E por momentos esqueço o sono, o cansaço e aproveito mais este momento de mimo, de ternura, de um Amor incondicional. Não importa o sono, se é de noite, não importa nada. Só importa sentir o abraço de um filho, as festas que me faz, a forma como enterra a cabeça no meu pescoço e esfrega os seus pequenos dedos na minha orelha.