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31 de agosto de 2015

Constatações de fim de semana #2 | Melhor mas pouco

O nosso pais está melhor. A taxa de desemprego desce, o PIB cresce. O sindicadores financeiros melhoram, como já se espera em ano de eleições.

Infelizmente as melhorias não chegaram à economia real. Na caixa do supermercado, mesmo à minha frente um casal com um filho com cerca de quatro anos. Entre cartão multibanco e uma nota de 20€ na carteira não conseguiam pagar as compras. Tiram um artigo. Ainda não dava. Mais outro artigo. verificar. Não... Ainda não conseguiam pagar. O miúdo pedinchava carteiras de cromos e doces estrategicamente colocados junto à caixa. A mãe escolhia mais outro artigo para deixar. O miúdo fez birra. "Não levam nada para mim!", enquanto chorava. Um a um, lá saíram do carro de compras cinco, seis, sete, oito artigos. Finalmente conseguiam pagar as comprar. É muito triste ver famílias a não conseguirem pagar as compras.

Mas o mais triste é que não vi produtos de primeira necessidade. Sairiam daquele carro croissants, bolachas, croissants recheados com chocolate, mas ainda assim ficaram vários litros de sumo, bolos e bolachas diversos.

Apesar de toda a informação, de alguma forma, quem tem menos dinheiro continua a comer pior. Não em quantidade mas em qualidade. Ainda se consomem muitos doces e refrigerantes. Habituam-se as crianças a comer estes produtos processados, cheios de açúcar, gorduras saturadas e sem vitaminas, sais minerais e proteínas.

Foi uma experiência duplamente triste. Ver uma família não conseguir pagar as compras e constatar que as suas escolhas não são as adequadas para promover a sua saúde.

O nosso país está melhor, mas nota-se pouco.




3 comentários:

  1. Não consigo ver estas coisas de um modo assim tão dramático. Uma coisa são os casos, que os há de realmente necessidade, de pessoas que para pagar as contas não conseguem comprar comida, outra coisa diferente é o que descreves. Muitas das pessoas que agora fazem a figura que viste já antes da crise estavam apertadas, ficaram pior sim mas já viviam com os tostões contados e nem assim se adaptaram e optaram por comprar coisas mais baratas e até mais saudáveis. Vamos lá ver: croissants com chocolate não é bem uma necessidade primária, porque não o pão, manteiga, marmelada? Acho que hoje também se aproveita a crise para dramatizar, senão vejamos: ainda este fim de semana fizeram-se capas de jornais a dizer que os casais de hoje precisam da ajuda dos pais (reformados), e então? é uma novidade assim tão grande? para mim não. Desde pequena que me lembro de ver os meus pais recorrer aos meus avós sempre que o dinheiro não esticava o mês o inteiro. Também me lembro de tias minhas que viviam com os seus pais em casa, não era o nosso caso mas havia mais lá na rua. Para mim não é tudo culpa da crise que há uns anos assolou o país. A diferença é que as pessoas de repente começaram a ter tudo o que nunca tiveram e quando se viram sem a largueza a que já estavam habituadas foi o pânico. E sim é bom um casal morar sozinho, é bom não ter que recorrer aos pais mas não é novidade. Infelizmente ou felizmente não sei, não ganhamos todos o mesmo, não podemos ter todos o mesmo. É assim desde que o mundo é mundo e será sempre. Há realmente gente a passar mal devido á crise mas não são todos os casos!
    Bjos

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    1. Olá Maggie,
      É esse mesmo o meu ponto.
      À primeira vista deixa-nos incomodados ver uma família não conseguir pagar as suas compras. Continuando a ver o saí do carro, pois a isso somos obrigados, vê-mos sair um monte de porcaria a que não chamo comida.

      Depois é uma constatação que a economia está melhor mas que as melhorias não chegaram (ainda) à economia real.

      bjos!
      Paula

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  2. E normalmente além de comerem mal, têm sempre o último modelo de TLM!!!!!!!!!!

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