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17 de março de 2014

Ginásio: o regresso

Ainda não contei como correu o meu primeiro dia no ginásio.
Expliquei como tomei a decisão e como logo pela manhã preparei o saco para não ter desculpa ao final do dia.
Vou então contar como foi regressar, ao fim de cerca de uma ano, aos treinos num ginásio.
O tão esperado PIN necessário para entrar chegou por e-mail, após a minha insistência com o ginásio, e depois de informar que se não recebesse o PIN nesse dia, iria cancelar a minha adesão pois começaria a correr na rua.
O bom tempo tem destas coisas, melhora a disposição, ajuda na determinação. Naquele dia eu iria iniciar a actividade física. Se não fosse no ginásio iria correr na rua. Estava decidido.
O final do dia peguei no saco e pus-me a caminho. Ainda foi uma bela caminhada, do trabalho até ao outro clube da rede, que não é aquele em que me inscrevi.
Cheguei lá e o PIN não funcionava... Ao fim de várias tentativas, mostrei o e-mail ao segurança que tomou nota e me deu entrada.
Foi assim pus os meus pés, pela primeira vez, num ginásio low cost da capital.
Perguntei ao segurança onde era o balneário. Ali à esquerda, olhe, siga as mulheres. E segui um mar de mulheres e entrei no vestiário. Cacifos, bancos, duches, em tudo igual a tantos ginásios que já frequentei.
Troquei de roupa, apanhei o cabelo, peguei na toalha e fui para a sala de máquinas.
Desta vez segui uma multidão de homens e mulheres.
Subi as escadas.
Entrei num ginásio enorme! Tão cheio, mas tão cheio de gente, como eu nunca tinha visto...
Era um mar de gente. Um mar de bicicletas todas juntas, um oceano de passadeiras que se tocavam, um mar de elípticas. Todas as máquinas cheias, várias pessoas à espera que cada máquina vagasse.
Nas máquinas de pesos passava-se o mesmo. Todas cheias, e todas com fila de espera!
Olhei em volta. Eram dezenas, não, centenas de pessoas naquele ginásio. Estavam seguramente o triplo das pessoas que as máquinas tinham a capacidade de absorver.
E o som? Não se ouvia música que estaria bem alta com certeza. O som que se ouvia eram os motores das bicicletas, os passos nas passadeiras, tudo multiplicado por dezenas, ou centenas.
Senti-me num manicómio. Não que já tenha estado nalgum para ter termo de comparação. Mas muitas centenas de pessoas a exercitarem-se freneticamente num espaço reduzido, uma ocupação por metro quadrado como nunca vi, excepto num festival de verão, e o som que tudo aquilo produzia... E o cheiro? Já vos falei do odor de 500 pessoas a transpirarem em simultâneo? Hug! É NO-JEN-TO!
Aquilo tem ar condicionado, bem potente por sinal. Nalguns sítios até se sente o vento no lombo. Mas, ainda assim, insuficiente para renovar o ar onde 500 almas transpiram as estopinhas.
Ainda não tinha plano de treino. Vi uma bicicleta livre e corri. Antes que alguém a visse primeiro!
Comecei o meu aquecimento. Ia olhando para as máquinas de pesos. Continuavam todas ocupadas, havia gente à espera junto a cada uma...
Pensei: como é o primeiro dia, vou só fazer uma ou duas séries em cada máquina. Experimento cada uma e basta-me. Só quero mesmo que o corpo se lembre dos exercícios.
Quando terminei o aquecimento fui para as máquinas. Isto é, fui esperar para o pé das máquinas. Lá vagou uma. Fiz uns exercícios de pernas. Fui tentar fazer outra, mas todas as máquinas já tinham alguém à espera. Procurei uma que não tivesse ninguém à espera e aguardei. Fiz uns exercícios de ombros. Quase nada pois provocava-me estalidos no cotovelo. Tentei mudar de máquina mas todas estavam cheias. Lá fiquei à espera. Consegui mais uma ou outra máquina, mas as esperas eram tão longas que as minhas pulsações já estavam baixas, como se estivesse em repouso e não em treino.
Fui para um colchão gigante fazer abdominais. Aproveitei e fiz os meus alongamentos finais.
Dei uma volta pelo ginásio e encontrei três estúdios onde decorriam aulas, todos a abarrotar.
Senti-me mesmo uma utente de manicómio!
Nunca vi nada assim. E não me levem a mal, eu até sou daquelas que gosta de ginásios. Mas nunca tinha estado em nenhum assim...
Bem vinda a um ginásio low cost! Tão bom, não é?

6 comentários:

  1. Nem low cost nem high cost, não posso com ginásios, mas de facto essa tua aventura é mesmo digna de filme de terror.
    http://bloglairdutemps.blogspot.pt

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  2. Credo, assim nem dá vontade de ir...esperar em fila?
    Acho que desistia... Mas é normal nesta altura do ano. Boa sorte.

    www.margaridaflordaminhavida.blogspot.pt

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  3. Olá. Eu inscrevi-me num vivafit em frente a casa e estou super satisfeita. Nunca pensei gostar tanto. Aulas muito giras, umas professoras super divertidas, 10 máquinas e sempre o mesmo grupo a fazer as aulas, que são só de meia hora, mas são bem intensas. E como é em frente à minha porta, não tenho desculpas. Pois é como dizes, a localização é determinante para o sucesso das nossas idas ao ginásio. Bjs

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  4. Não dou a maior amante de ginásios (prefiro o ar livre) mas são-me úteis quando no inverno não gosto de andar a correr sozinha de noite.
    Mas dada a minha aversão a multidões e tudo o que dai advém em ambiente ginásio (engate, meninas em altas produções vs eu de saco batatas, filas de espera, odores, balneários com mt gente e pouco limpos etc etc), ginásio é às 7 da manha. Antes do trabalho. Para além da maravilhosa sensação de energia para o resto do dia...é muito mais calmo, pouca gente, tudo acabadinho de limpar.. Bem mais agradável para mim

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  5. Isso faz-me lenbrar do que era o Holmes Place da Defensores de Chaves há uma dúzia de anos atrás. A palavra que melhor o descrevia era:
    Manjedoura

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    1. Esse também conheci mas garanto: este é pior, muito pior!

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